Solidão não é o mesmo que estar desacompanhado.
Estar no seu canto, por livre e espontânea vontade, pode ser prazeroso e necessário. Já não ter com quem contar na vida costuma abalar mesmo o bem-estar
A solidão é um sentimento subjetivo e relaciona-se com ausência de contacto, de sentimento de pertença ou com a sensação de se estar isolado. A pessoa sente que não pode contar com ninguém, ou que a rede de pessoas de que dispõe não é suficiente às suas necessidades. A pessoa em solidão pode ainda sentir, em alguns casos, que não tem acesso a um conjunto de serviços ou recursos sociais.
Do ponto de vista médico, solidão não é doença
Mas possui sintomas – choro frequente, perda de apetite, baixa autoestima… – e pode ser classificada como crônica ou aguda. Todos nós, em algum momento, estamos sujeitos a “picos de solidão”.
Um bom exemplo de solidão aguda que pode se tornar crônica é a do luto. Superar a perda de um ente querido nunca é fácil. Mas a tarefa de seguir adiante pode se tornar ainda mais difícil em casos de mortes repentinas, violentas, múltiplas ou de filhos.
Solidão em Portugal
Um estudo com mais de 1200 pessoas entre os 50 e os 101 anos concluiu que:
- 20,4% são mulheres e 7,3% são homens
- as pessoas com menor escolaridade apresentam mais solidão (25,8%)
- o sentimento de solidão aumenta com a idade: 9,9% dos 50-64 anos; 26,8% com 85 anos ou mais
- é mais frequente nas pessoas viúvas (30,6%) e nas pessoas solteiras (15,8%) do que em pessoas casadas (9,2%)
Repercussões físicas da solidão pelo corpo:
- No cérebro: a tensão e a tristeza aumentam os episódios de ansiedade e colocam o indivíduo mais próximo da depressão.
- No coração: a solidão profunda assemelha-se um stress crônico. A liberação de algumas hormonas mexe com a pressão e os batimentos.
- Na imunidade: existem indícios de que o estado criado pela solidão diminui a atuação do sistema imune, aumentando o risco de infeções.
Alguns fatores de risco comuns para a solidão:
- pobreza ou pressões financeiras
- institucionalização
- diminuição do estado de saúde
- a ausência do cônjuge, amigos ou colegas
- episódios súbitos negativos
- cuidadores informais
- violência
- doença mental
Protetores da solidão
A existência de harmonia familiar e ausência de conflitos, bem como uma boa autoestima, autonomia e orientação social positiva são fatores que ajudam a evitar seja a solidão seja o isolamento. Também a disponibilidade para aceitar apoio de sistemas externos ao seu meio podem reforçar a capacidade do indivíduo em lidar melhor com as circunstâncias da vida.
Por não se tratar de uma doença em si, não existe vacina ou remédio para a solidão. No entanto, o primeiro passo, e o mais frequentemente recomendado, é a terapia. A terapia é um método comum e efetivo de se tratar a solidão, e geralmente é bem-sucedido.
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Fonte: https://www.sns24.gov.pt/
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