Através da hipnose nós “sonhamos” enquanto permanecemos conscientes.
O “transe hipnótico” corresponde a uma modificação normal da vigilância – aquela que nos permite raciocinar e viver no dia a dia.
Mas tem as suas características:
- em um ambiente monótono onde nada acontece
- onde os estímulos são fracos
- o nosso cérebro está “carente” de informação
Ele então começa a produzi-lo desenhando imagens de nosso inconsciente.
Além disso, ao contrário do estado de alerta normal, em que a atenção abrange muitas áreas de interesse ao mesmo tempo e alterna rapidamente entre elas, ela se concentra, na hipnose, num assunto muito mais amplo.
É assim que, aos poucos, a pessoa hipnotizada se esquece da realidade externa para entrar numa realidade interna, mas viverá como externa.
A única exceção: a voz do hipnotizador continua a ser ouvida.
As suas palavras tornam-se um estímulo muito especial que aumenta o poder da sugestão.
Isso causa alterações psicológicas ou fisiológicas incomuns (desaparecimento imediato da dor aguda, etc.).
Inúmeros estudos mostraram que a sugestão hipnótica induz respostas neurológicas.
- A dor crônica ou aguda, no seu aspeto mais subjetivo
- ansiedade, cujas fontes estão realmente ancoradas na própria mente,
- ou mesmo fobias, que desencadeiam a imaginação além do razoável
– podem ser apaziguada através da prática da hipnose, o que ajudará gradualmente a orientar a atenção.
A dor está aí, sofrida pelo corpo, mas o espírito consegue se mover nessa direção.
Todos podem ser hipnotizados?
De acordo com a escala de “Sugestibilidade hipnótica” da Stamford University
5% somos resistentes à hipnose e apenas 10% conseguem entrar em hipnose profunda rapidamente.
De forma geral uma escala de susceptibilidade hipnótica consiste num certo número de sugestões que os sujeitos podem passar com sucesso ou falhar.
As sugestões podem ser de:
- produção motora (movimentos involuntários)
- inibições motoras (paralisias)
- produções cognitivas (alucinações)
- inibições cognitivas (inibições sensoriais, amnésia)
As sugestões podem ser precedidas por um ritual de indução hipnótica, normalmente instruções para relaxamento mental e muscular com a menção da palavra
‘hipnose’.
A investigação tem demonstrado a sua utilidade e eficácia:
- enquanto coadjuvante de tratamentos médicos
- como ferramenta terapêutica de grande valor
- combinada com intervenções cognitivo-comportamentais
Diferentes técnicas de hipnose:
- Tradicional: o hipnotizador desempenha um papel de liderança – ele dirige a sessão.
- Semi-tradicional: o hipnotizador, sempre em primeiro plano, faz sugestões “diretas” e “indiretas”.
- Nova: O foco é a pessoa e sua relação com seu terapeuta, por meio de trocas, comunicação.
Ericksonian: O paciente participa da sua condição hipnótico.
A Hipnose é um processo de três fases
Esta dura de alguns minutos a mais de uma hora.
Antes de qualquer sessão de hipnose, um pré-requisito essencial:
o paciente e o hipnoterapeuta concordam com o objetivo da sessão.
Por exemplo, enfrentar uma fobia, preparar-se para um teste ou aliviar um estado de stress.
1) A fase de indução.
O objetivo é deixar-se envolver pelas suas percepções e imaginação, abandonando as preocupações do momento e dedicando-se ao “aqui e agora”. A respiração acalma-se e os músculos relaxam.
2) O transe hipnótico ou fase de trabalho.
O espírito da pessoa passou pelas portas de uma bolha onde caminha em direção à missão que se propôs.
3) A fase de saída.
Por meio de uma contagem regressiva ou da perceção redescoberta do lugar, a pessoa retorna à realidade do momento.
Um relato não é essencial, a própria experiência vivida traz um benefício que não requer necessariamente uma análise adicional.
O hipnoterapeuta atua como um guia protetor.
Que precauções você deve tomar quando quiser fazer hipnose?
Cada pessoa é única, e às vezes leva tempo e é preciso encontrar a técnica adequada. O ingrediente essencial é o paciente.
Funciona para:
– Cessação do tabagismo: taxa de sucesso de 80%.
– Excesso de peso e bulimia: desempenha um bom papel de apoio psicológico nos tratamentos de emagrecimento.
– Alívio da dor: não substitui a anestesia, mas pode complementá-la e reduzir as doses dos medicamentos.
– Distúrbios psicológicos: stress, fobias, ansiedade, mas também impotência, frigidez, problemas com medo do palco, memória, etc.
– Distúrbios digestivos: úlceras ou colite.
– Doenças psicossomáticas: doenças de pele, rinite recorrente, distúrbios da voz e do canto, asma.
Hipnose não é recomendado para pessoas com transtornos psicóticos graves: esquizofrenia, paranóia, depressão maníaca.
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